quinta-feira, 23 de abril de 2009

Salvador em situação de emergência

O governador em exercício disse ter recomendado ao coordenador da Defesa Civil do Estado (Cordec), Antônio Rodrigues, para homologar o mais rápido possível a situação de emergência da capital baiana. Rodrigues disse que aguarda os dados a serem prestados pelo município, mas que, independentemente da decisão, o governo já disponibilizou cestas básicas, colchões, cobertores e filtros para as famílias desabrigadas. O reconhecimento da situação de emergência mobilizará a Defesa Civil do governo federal.

O município terá que preencher um relatório de 15 páginas, que vai indicar se a situação de Salvador é caótica suficiente ao ponto de necessitar da intervenção federal. As questões vão desde a quantidade de mortos à de deslizamentos e desabamentos.

RISCO – Os bairros que mais sofrem com os altos índices pluviométricos são os de São Marcos, São Caetano, Capelinha de São Caetano, Canabrava, Pau da Lima, Cajazeiras e alguns lugares do subúrbio ferroviário. São mais de 1.077 pontos de risco. Caso liberada pelo governo federal, a verba (de quantia ainda não definida) será usada não só para estas obras emergenciais, como na contratação de engenheiros, de atendentes para a Defesa Civil, mais digitadores, mais caçambas. O prefeito informou que uma das medidas imediatas será a contratação de atendentes para a linha 199, através da qual a população pode acionar a Defesa Civil municipal.

Outro quadro – O anúncio do prefeito foi feito 20 horas após o município enviar uma nota aos veículos de comunicação informando que, apesar dos altos índices pluviométricos, nenhuma ocorrência grave havia sido registrada até as 15 horas de terça-feira, 21. Na nota, o secretário de Transporte e Infraestrutura (Setin), Almir Melo Júnior, atribuía o fato às ações preventivas que foram realizadas desde janeiro e intensificadas em março, quando foi instituída pelo prefeito a Operação Chuva. “Estamos demonstrando na prática que a prevenção é a forma adequada de atuar numa cidade que tem tantos pontos vulneráveis em relação à chuva, como é o caso de Salvador”, dizia Júnior em nota.

De acordo com o secretário de Comunicação da Prefeitura, André Curvello, a nota foi produzida na segunda-feira ou domingo, mas os dias que se seguiram mudaram o quadro de brando para preocupante. “A Operação Chuva está sendo considerada muito boa, mas a chuva dos últimos dias superou a expectativa”, rebateu André Curvello.

“Foi um dos índices mais elevados dos meses de abril dos últimos 25 anos e a cidade estava resistindo bem, mas terça-feira choveu muito”, ressaltou o secretário. De acordo com ele, 2009 foi o ano em que a Prefeitura de Salvador melhor enfrentou a chuva, “mas os índices pluviométricos superaram as expectativas”, voltou a reclamar.

Só para se ter uma ideia, desde o início do mês já foram catalogadas (até as 18h40 de quarta-feira) 926 ocorrências, dentre elas 309 deslizamentos, 269 ameaças de deslizamento e 142 ameaças de desabamento. Somente na quarta desabaram sete imóveis em Salvador. O número de solicitações é 86% maior do que as 496 ocorrências catalogadas do dia 1º ao dia 22 de abril do ano passado, na capital baiana.

Verba – Em janeiro deste ano, o governo federal, através do Ministério da Integração Nacional, enviou R$ 52 milhões a Salvador para a execução de obras estruturais, como a contenção de 42 encostas em 12 localidades, além da macrodrenagem e limpeza de canais. Dezoito dos 42 projetos de contenção de encostas já estão licitados e têm previsão de conclusão até o final do ano.

Os projetos pretendem atender a famílias do subúrbio ferroviário de Lobato e também de bairros como Centenário, Cosme de Farias, São Caetano, Cidade Nova, Saramandaia, Baixa de Quintas, Pau da Lima, Narandiba, Vasco da Gama, San Martin. Obras de macrodrenagem devem ser realizadas nos canais da Avenida ACM, Imbuí e comunidade de Bate-Facho.



FONTE A TARDE

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