sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Deam comemora 7 anos com ações para empoderamento da mulher

                                                            Foto: Camila Souza/ GOVBA
Comemorando 7 anos de implantação em outubro, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) instalada no bairro de Periperi, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, está promovendo uma série de palestras, cursos e oficinas voltadas para o público feminino. O projeto, intitulado ‘Empoderar para Transformar’, começou no dia 6 e segue até a próxima quarta-feira (14). Todas as atividades são gratuitas e oferecidas por voluntários na sede da delegacia, nos períodos da manhã e tarde.
As ações têm o objetivo de instruir e mostrar à mulher que ela pode e deve romper com qualquer ciclo de violência de gênero e ainda promover a capacitação, através de ideias e iniciativas simples que podem se converter como fonte de renda para ela. Segundo a delegada titular Vânia Nunes, as atividades pelo aniversário da Deam são reflexos de trabalhos que são realizados não apenas nesse período, mas ao longo do ano.
“Durante o ano inteiro, trabalhamos com a realização de palestras e atividades com mulheres, mas também com a comunidade, como as ações que promovemos em escolas do bairro, com os adolescentes. A ideia é desmitificar o ambiente da delegacia, que pode ser utilizado para promoção de atividades culturais, pode ser usado pela população. Além disso, com os jovens, tentamos despertar valores, desmitificar o machismo e, começando cedo, trabalhar na prevenção da violência contra a mulher”, explicou a delegada.
As mulheres do subúrbio já passaram por palestras sobre benefícios sociais, Ronda Maria da Penha e controle de zoonoses, além de oficinas de auto-maquiagem e de customização. Nos próximos dias, ainda haverá oficinas de turbantes, design de sobrancelhas e reaproveitamento de alimentos.
As interessadas podem se inscrever através do e-mail deameventos@hotmail.com. A programação foi pensada para a preparação e capacitação para o mercado de trabalho, atentando que a dependência financeira é apontada pelas mulheres atendidas na Deam como um dos motivos para continuarem em situação de ameaça ou violência.
Atendimento na Deam 
As mulheres atualmente possuem como recurso legal a Lei Maria da Penha para denunciar violências, ameaças ou situações de risco relacionadas ao gênero, mas não são somente as questões policiais que são recebidas na delegacia. Por estarem em situação de fragilidade, todas as atendidas passam pelo serviço social que funciona no local e recebem apoio de voluntários, por meio de uma parceria com o curso de Serviço Social do Centro Universitário Estácio da Bahia (Estácio FIB).
Somente este ano foram registradas 1.860 ocorrências na Deam de Periperi, e a expectativa é que esse número seja menor do que as 2.822 contabilizadas no ano passado, principalmente devido às atividades voltadas para prevenção. Parte das ações são prestadas pelos estudantes, como estágio, dois dias por semana no local. Para a professora e assistente social que coordena os voluntários, Adnilza Souza, essa troca de experiências é muito importante para os alunos e para a comunidade.
“A Deam funciona, para os alunos, como um campo de estudo, um local para fortalecimento de vínculo e estimulando o voluntariado. Ao mesmo tempo, as mulheres que chegam aqui normalmente estão fragilizadas e precisam desse acolhimento que podemos proporcionar. Percebemos que muitas questões podem ser resolvidas com diálogos e convidamos parceiros e familiares para uma reunião social e algumas questões podem ser resolvidas dessa forma, evitando que haja, num futuro próximo, um conflito físico, por exemplo”, afirmou a professora Adnilza.
Denúncias 
Além das vítimas, a delegacia está preparada para receber, atender e guardar o sigilo de pessoas que queiram denunciar situações de violência contra a mulher com terceiros, ainda que as partes envolvidas não tenham comparecido à delegacia, o que só reforça o trabalho prestado às soteropolitanas.
“Hoje a delegacia tem dois papéis, o de polícia, especificamente, com a violência já ocorrida, quando é registrado o boletim de ocorrência, ouvimos testemunhas, interrogamos o acusado e encaminhamos o processo para a Justiça. Mas temos feito um trabalho social com a comunidade para que qualquer mulher que se sinta angustiada, preocupada, seja [nas] relações com familiares, vizinhos, amigos, incentivamos que ela procure ajuda na delegacia. Quando não podemos ajudá-la aqui, para as que procuram psicólogo, por exemplo, encaminhamos para os serviços adequados”, acrescentou a delegada Vânia Nunes.
SECOM

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